quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ela é demais




Olhos de amendoim mal criado, ela é demais.
Sorriso seleto e cheio de ginga, ela é demais.
Carinho de gente, toque de fada, ela é demais.
Filha da praia e do samba, ela é demais.
Morena pequena, beleza inocente, ela é demais.
Amor de criança, sabedoria pura, ela é demais.
Meu novo chamego, cadê meu sossego?
Ah, ela é demais!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Nova Sensação



Cabeça a mil, sensação engraçada. Aliás, sensações inusitadas são engraçadas. No ramo sentimental, o “novo” nos causa um medo daqueles em que a gente expressa com sorrisos, disfarçando as angústias. Eu já tive muitos medos na vida, mas nenhum como esse. Não que ele seja o maior, é com certeza o mais gostoso.

Quando você encontra alguém, e esse alguém faz a sua vida parar por alguns segundos, segura a sua mão e diz que “aqui do meu lado é o seu lugar”, a vida parece ter outro sentido e os seus medos viram de ponta cabeça. A sensação de amar é deveras emocionante, mas a sensação de ser amada é a mais linda de todas as sensações. Sou canceriana, já viu, né? Minha máscara caiu, minha razão arrumou as malas, meu coração abriu e ele entrou. Entrou pra ficar, pra me fazer (sem medo de clichês e do cansaço das frases feitas) a pessoa mais feliz do mundo. Eu que não gostava de fazer planos, já quero um cachorro. Eu quero vínculos, poupança, conchinha e viagens. Eu quero construir a vida numa cidade em que eu nunca planejei morar. Eu quero amar... E eu quero ser amada, desse mesmo jeitinho, sem mais e sem menos, nosso tempero está no ponto. Nós somos “fogo e gasolina”, “metades da laranja”, “tampa da panela”, “feitos um pro outro”. Nós somos aquele romance cheio de mel, de atitudes bobas, de desejos incontroláveis, de carinhos longos, de tardes de domingo.

Sabe de uma coisa? A verdade é que ele me encontrou cheia de interrogações, de planos descontinuados, de incertezas, de peças sem encaixe... E me organizou a vida em apenas uma frase: “Você chegou até aqui só pra me conhecer, foi pra mim que você veio”. Como num filme, minhas pecinhas se encaixaram, ele entrou e eu tranquei a porta. Agora essa vida é nossa e os meus medos, aqueles no fundo tão gostosos, são todos dele.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ano novo, novos Temos

"Dessa vez, vim falar sobre o tempo. Não que eu o conheça muito bem. Na verdade, eu praticamente o desconheço. Vim porque às vezes é preciso ser ousado e essa foi uma das coisas que o tempo desse ano me ensinou. Sei que muitos se sentem da mesma maneira em relação a ele. Afinal, é muito complicado entender o tempo. Um exemplo disso é a constância irônica dos anos. Um após o outro, eles se sucedem incessantemente desde que o mundo é mundo. Ou desde que o tempo foi criado. Um ano pode ser muito tempo e durar décadas. Também pode ser muito pouco e durar o tempo exato de uma música. Pode ainda ser o tempo perfeito para aprender algumas das inúmeras lições que o só o próprio tempo é capaz de ensinar. E essas, ele não cansa de mostrar. Algumas são claras como céu em um dia de bom tempo. Outras estão camufladas nas curvas do caminho. Às vezes, nos sorrisos dos amigos. Como diria Cazuza, “o tempo não para”. Talvez seja por isso que insistimos em acreditar que temos todo o tempo do mundo. Por mais utópico que pareça, é verdade e isso fica bem claro quando adquirimos a consciência de que não temos tempo algum a perder. Afinal, como diria Renato Russo, “a cada hora que passa, envelhecemos dez semanas”. Não que eu seja o Deus do tempo para afirmar isso com tanta convicção. Pelo contrário. Quanto mais o tempo passa, mais percebo que, como diria Sócrates, “só sei que nada sei”. Mas também sei que o tempo voa. Deve ser por isso que ele causa tanto medo. Do mundo, desconhecemos a verdade sobre os grandes mistérios do tempo. Alguma razão há de haver para isso e acho que a maior delas é justamente não ser necessário saber tudo sobre ele. Esperando pelas respostas, corremos sempre atrás das perguntas. E fica muito difícil descobrir quais são elas se estamos distraídos com o tempo. Muito se fala sobre perder tempo. Pouco se discute a respeito da certeza do quão incerto é a sua chegada. O que temos é o tempo do agora, porque o do futuro pode nem chegar. Mas, ainda que não chegue, já terá deixado, no mínimo, algumas gotas de esperança. Pois, inevitavelmente, não há quem não espere nada. Todos sempre esperamos tudo. Por também esperar e confiar muito no tempo, nessa virada de agora, nessa de hoje logo mais que se transformará naquela de amanhã, a você desejo, com muita sinceridade, um pouco de tempo. Tempo para sentir o amor da sua família. Tempo para amar alguém especial. Tempo para descobrir novos amigos e tempo para abraçar os antigos. Tempo para planejar o futuro e tempo para viver o agora. Tempo para pensar no passado e tempo para se emocionar com isso. Tempo para sentir saudade, comer coisas gostosas e até sentir com verdade as coisas que o tempo for levando. Tempo para ter sucesso. Tempo para aproveitá-lo. Tempo para renascer quando o tempo for de mudança. Tempo para se preocupar com o planeta e tempo para olhar o próximo com mais amor. Tempo para estarmos juntos. Mais que tempo, eu desejo vida para você aproveitar tudo o que o tempo da vida trouxer. No fundo, no fundo, somos feitos de tempo. E de vida, também. Façamos deles os nossos principais aliados. Em 2011, faça tudo, só não perca tempo, nem vida. E descubra que, seja como for, o tempo e a vida são imperdíveis.



Feliz vida e tempo novos para você."

PS: Esse texto foi escrito por Antônio Paulo, um amigo muito querido, e descreve tudo, não precisei mudar uma palavra, foi do meu email pra cá.