segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Bom é na infância...



Bom é ser viver na infância, onde a gente tapa o olho e acha que sumiu das vistas do mundo.
Onde a gente pode chorar sem vergonha.
Onde não pode mentir que fica de castigo.
Onde o primeiro amor é só um sorriso.
Onde a brincadeira tem graça, o palhaço tem nariz vermelho e a maldade passa longe.
Bom é na infância, quando gente é centro das atenções de forma inocente.
Quando a vida parece estar tão longe de acabar que a gente nem sabe o que é morrer.
Bom é lambuzar o picolé na roupa nova.
É cair e levantar uma vez por dia e sentir doer só no corpo.
É dormir de farda depois do almoço.
É pintar tudo errado e fora do traçado do desenho.
É não saber quanto a sua mãe gasta com você por mês.
É não ter contas, nem fazer contas.
Bom é na infância, que a alma apesar de frágil, é fácil e perdoa. Não tem marcas, nem medos, nem antigas histórias que insistem zumbir no seu ouvido.

Do Mestre Vinícius:

"Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não..."


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Pinóquio


Oh, Céus! Todo dia tenho crises por ser eternamente dependente das palavras escritas. Não adianta, numa folha em branco eu me sinto em casa, discorro sobre coisas que até Deus duvida. Eu consigo até falar de mim! Deve ser por isso que escrevo textos muito descritivos e pessoais. Eu me descubro quando me transcrevo. Ou quem sabe eu me invento. O que é que custa? De repente uma das minhas invenções ganha vida, num foi assim com o tal Gepeto quando criou o Pinóquio? Eu faço a minha terapia. Eu sou a minha terapeuta. Isso por que eu tenho dificuldade (talvez quase um bloqueio) de falar o que há lá longe, no meu eu mais fundo. Já percebi que as pessoas não me compreendem e que me confundem ainda mais com “aquela velha opinião formada sobre tudo”. Eu já falei várias vezes sobre o que me desconserta e sobre o quanto eu sou atrapalhada. Talvez o bate papo presencial piore isso em um grau avançadíssimo.
Voltando ao Pinóquio, essa coisa de se inventar na vida dá super certo. Pinte o cabelo, mude a cor da unha, faça novos amigos, abandone a faculdade e comece a fazer Design de Interiores. E daí que sua mãe acha que isso é hobby? Sou Publicitária, tenho 23 anos e mudei de cidade quando deu na telha. Ainda não descobri se fiz a coisa certa. Mas se não for eu invento que foi e eu mesma me consolo depois, sou ótima nisso! Reinvento-me sempre. Pra te mostrar o melhor e o pior de mim. Meus desejos e minhas loucuras. Ah, se você fizesse idéia do que eu sou capaz! Não tenho medo, eu apenas não descobri ainda o que você merece de verdade.

Hoje a insônia das 4h:59min da manhã me pediu um texto e eu não tinha pauta, perdoe-me a falta de lógica.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Priceless


São amores que amam e amores que doem. Geralmente os que doem são os que mais amam. Não adianta dizer que amor é pleno sempre. Não é. De alguma forma, amar dói. Amor é sentir. É arrepiar uma vez por dia (pelo menos). Fugir do tempo. Esquecer a geografia. Amor é amar 24h. E de maneira inconsequente. Inconsequencia tem consequencia (aliás, nem sei por que se escreve assim). Tem doer, que dói mesmo, no maior sentido da palavra. Mas tem amor que somente ama. Não é o que eu quero. É o que cansa. Já disse que nada muito linear me atrai. Logo eu, que mal consigo desenhar uma linha reta com papel e caneta.

Da minha alta convivência com mais que meia dúzia de mulheres diariamente eu digo: mulheres não são fáceis. Talvez por isso que eu desejo nascer mulher se o Chico Xavier estiver certo e eu puder ter outras vidas. Da minha análise geral sobre a forma de cada uma delas amar eu penso: que loucura! Minhas amigas me enlouquecem. Talvez porque é grande o número e alta a qualidade da devoção e cuidado com cada uma. Eu me preocupo e passo horas tentando aconselhar e enfiar na cabeça delas o que muitas vezes eu sei que não entraria na minha - eu sou mesmo difícil de aconselhar, sou egoísta com meus sentimentos. Sou verdadeiramente fiel ao que sinto e jamais passo por cima das minhas vontades. Mas é que acredito ser equilibrada, elas não - Em sua maioria, elas tem problemas em ligar o coração com o cérebro. Elas tem sempre o amor da vida delas na tarde que segue a noite de ontem (isso, pelo menos, duas vezes por ano). Ou pelo menos o tratam como tal. A verdade é que essas meninas amam, amam com força. Dedicam-se e amam. Todos os dias, cada dia mais. E ainda mais na próxima história. Eu gosto delas, me apego aos seus amores para engrandecer a minha vida, que ama sempre com muito cuidado no detalhe. A inconsequencia fria que me segue sempre, fica pegando fogo perto delas.

Eu adoro ouvir suas histórias, e passo horas ensaiando meu mais belo discurso para confortar os coraçõezinhos aflitos. Sei que elas sempre me ligam e que me acham compreensiva. Não faço o tipo que aponta o dedo, mas tomo pra mim toda a raiva. E não consigo medir palavras. Sei que muito do que eu digo entra num ouvido e sai pelo outro. Mas quem sou eu pra julgar? Faço exatamente a mesma coisa! O que importa é estar sempre ali para ouvir. Ou sempre ali pra falar. Quem não tem opinião não tem amigos. Ninguém gosta de gente morna, que não comparece, que não coloca tempero na conversa. Gente gosta de gente. Gosto de ter referência, mas ser referência é melhor ainda. Elas são mesmo de pirar qualquer analista. São as minhas princesas, o meu conto de fadas diário desde que cresci. Elas são os meus amores, a minha alegria diária. São minhas...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Beija Eu


Treze de abril, dia do beijo. Não sei o porquê da determinação da data, mas é um bom motivo para se comemorar. Será unânime até o fim dos tempos: beijo é tudo de bom. Beijo da mãe, da avó, da amiga... Beijo na mão é lindo, na testa emociona, na bochecha é carinho. Beijo na boca é um bom começo. Começo de coisa boa ou ruim. Beijo é inconseqüente. Quer saber o quanto você é capaz de se envolver com alguém? Beije aquela pessoa. Virou clichê, balela, normal, mas beijar alguém na boca, aquele beijo de verdade, é um ato tão íntimo, pensa. Eu sinto se vou te amar um dia no primeiro beijo, fique certo disso. Não, não que eu ame facilmente, mas a primeira impressão ainda é a que fica.
É com um beijo que você começa e com um beijo que você termina. Passar a beijar no rosto, secamente, a quem você tanto amou beijar na boca é a tarefa mais difícil de se terminar um relacionamento.
O primeiro beijo é gostoso. O segundo é gostoso. O terceiro é costume. O último é sofrido. E se volta é saudoso.
Beijo, beijo, beijo, beijo e beijo! Beijo pra me sentir viva, pra curar carência, por amor, por diversão, por carinho, por respeito. Eu beijo e se você puder, beija também. É meu único desejo pra mim e pra você hoje.

#nowplaying:

"Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...

Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser..."

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ama-me

Eu sempre quis as pessoas que eu amo perto de mim. Sempre me sinto frágil ao estar sozinha. Hoje eu quero ir pra longe. Desejo cada dia mais a minha mudança. Mas é que além de dependente emocionalmente de companhia eu sou dependente da vida mutante para sobreviver. Entenda por constante mudança, é disso que necessito sempre para viver, e viver bem. Essa minha angustia ainda adolescente de não saber onde eu vou parar é o que me guia, ou o que me tira do trilho, vai saber. Eu sei que eu reclamo de barriga cheia, mas continue me surpreendendo se quer meu amor pra sempre. Eu não sou sempre a mesma, eu sofro de TPM e eu acordo todo dia com uma cabeça diferente. Dias estou linda, dias nem consigo me olhar. Mas me elogie sempre. Me faça sempre um grande favor. Me agrade. Eu sei, eu não sou tão sentimental, mas acredite, metade de mim é armadura de guerra, é defesa de quem nem sempre é atacada. É historia de quem já viveu coisas ruins e finge que esqueceu. Confia em mim, no fundo eu sou uma boa pessoa para se apaixonar. Eu sou parceira. Sou leal. Ser leal vai muito além de fidelidade. É compaixão (no melhor sentido do termo). É parceria. É lado a lado. É confiança de olhos fechados. Falando nisso, não me decepcione. Jamais minta pra mim. Não confunda o meu jeito solto com desleixo, eu cuido dos que amo e eu gosto de amar. Vivo para essa entrega, mesmo que eu mesma ainda titubeie às vezes. Ta disposto a ser feliz? Vem comigo e aperta o cinto, a próxima curva é logo ali!

Hoje eu li Carpinejar, conhecem? Pois lhes apresento: http://carpinejar.blogspot.com/

Alguns trechos do seu último texto:

"Não existe como disfarçar. Sensibilidade controlada é indiferença."

“Liberdade na vida é ter um amor para se aprender"

(Carpinejar)

terça-feira, 23 de março de 2010

Sabor de Elis

Continuando o traçado da vida, encontro-me mais uma vez em um momento meu, só meu. Momento onde as coisas não precisam fazer sentido, onde eu não espero mais ligação nem mensagem de madrugada. Sou eu, comigo mesma. E eu não sou fácil. Sou arisca. Escorregadia. Sou razão ao me ver sozinha. Emoção quando alguém chega perto. Não, não é mesmo fácil chegar perto. Eu mudo de opinião. Eu sou irreversível. Eu só não sou constante, linear. Juro que eu não sou sem graça. Sou viva. Sou pura. Sou criança. Sou sabida. Sou moleque. Mas quer um conselho? Olha direito, enxerga meus defeitos e me julga antes de se aproximar... é um caminho quase sem volta. E me machuca.


“Sou apenas o meu tipo inesquecível, apesar de às vezes me achar uma porcaria”
Elis, a Regina.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Felicidade limitada? Passe adiante

Das tantas coisas que já aprendi na vida, viver pela metade não faz parte delas. Continuo sendo exagerada, imediatista, ansiosa e completamente alma e coração. Minha racionalidade vem apenas quando estes dois não agüentam mais. Eu não consigo fechar os olhos por muito tempo, nem maquiar meias histórias como se fossem clássicos de Walt Disney. Chega uma hora que ou você se entrega todo, ou eu não me interesso mais pela parte que já tenho.
Ainda não me acostumei com a montanha russa da vida, sempre me questiono na última curva e sempre sinto frio na barriga na maior descida. Amo amar, preciso sentir, gosto de entrega, de desejo sem limitação. É difícil me fazer sentir, e quando o fizer, por favor mantenha, me segure, porque eu me solto fácil. Covardia é o que mais me faz desencantar. Desculpa, mas é que sou mesmo amiga das palavras e elas me saem à boca mesmo que eu tente segurá-las. Não é grosseria, é sinceridade, pura e simples. É coração angustiado mandando SMS pro meu estômago avisando ás minhas borboletas: lá vem vendaval.


Felicidade limitada é como escrever um belo texto e não publicar. E eu publico sempre!
Como eu –ainda- escrevo minha vida a lápis o lema é: “apague e recomece”.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Alma Limpa


Quando eu consigo ver o sol se pôr no mar da janela do meu quarto eu penso: “mais um dia bem vivido”. Dificilmente tenho a sensação de que não aproveitei meu dia, mesmo quando eu não faço nada ele me serve como descanso. Continuo feliz, acreditando na vida, nas oportunidades que não param de aparecer, nas histórias que não param de se contradizer, no coração que insiste em acelerar mesmo quando está pleno, como agora. As minhas borboletas me fazem cócegas gostosas, confiantes, lúcidas. Bom isso de dormir bem com a cabeça no travesseiro. Faz tempo que o meu quarto não é alvo de choro e vela, e tudo ao meu redor anda bem mais bonito.
Tava eu cá com meus botões mais uma vez pensando nas pessoas, é possível que se tenha tanto transtorno de personalidade numa pessoa aparentemente sã? Penso no que fiz e no que faço, no que acontece e aconteceu, e não me encontro em histórias que lhe cruzam, não me vejo em interrupções de vida alheia. Ainda mais aquela vida, que há muito não me cabe. Enfim, dizem que o amor é cego, mas talvez estejam errados. O amor é manipulador, confrontante, mas cego? Não, os olhos mudam, mas a percepção lúcida no fundo permanece dentro de cada um, basta parar alguns segundo e raciocinar. Mas parar por que, não é verdade? É muito mais fácil acreditar no paradigma (aqueles velhos óculos que lhe impõem à vista) do que perceber que o suposto bandido é na verdade um mocinho, que por muito tempo esteve ali, mas que hoje nem passeia mais na praça. Na verdade não é o mocinho que virou bandido, é que fica mais fácil, tratar bandido como mocinho quando se ama e não se sabe por quê.
Gostaria que entendesse que nem adianta viver a favor do meu apego, ele é desapego há muito. É cicatriz há muito. E cicatriz é ferida que sarou, que não dói mais...


Uma música... "Amor Quente"

"Preto no branco
Amarelo, um pouco de azul
Noite estrelada
Peito feliz

Olho no olho
Pintura a quatro mãos
Tintas claras
O mesmo cigarro
Isso é amor
Amor quente

Água de coco pra dois
Porta do carro aberta
Vento morno da areia
Palavras mentirosas
Isso é amor
Amor quente

Cama de casal
Luz bem baixinha pra ver
Gemidos de dor e alegria
Sair de si por três minutos
Isso é amor
Amor quente

Supermercado, escolher iogurte
Fazer compras juntas
Brigar por besteira
Isso é amor
Amor quente

Tomar café, banho, brisa
Champanhe, tristeza, beleza
Cremes, músicas, sucos, água
Drogas, fumo, passar perfume
Isso é amor
Amor quente"

Cazuza